Conhecido, entre outro motivos, por sua teoria da arquitetura móvel e seu projeto para uma "cidade espacial", Yona Friedman faleceu aos 96 anos de idade. O arquiteto e teórico francês de origem húngara foi uma das figuras mais influentes do campo disciplinar entre as décadas de 1950 e 1960.
Seu inovador trabalho "Ville Spatiale", ou cidade espacial, lançado em 1958, consistia em uma enorme superestrutura que poderia envolver as cidades existentes e permitir que as pessoas construíssem seus próprios habitats dentro de um sistema maior. Apresentado em seu manifesto “L'Architecture Mobile”, ou arquitetura móvel, este projeto utópico sugeria a reciclagem das estruturas de cidades existentes.
Defensor da arquitetura lúdica, Friedman sempre apreciou a ideia da arquitetura para as pessoas, feita pelas pessoas. Sua contribuição mais importante para o campo continua sendo a "Ville Spatiale", e a maneira de Friedman expressar seus pensamentos arquitetônicos através de colagens e desenhos tornou-se emblemática de sua época.
A proposta de "Arquitetura para Pessoas" é uma variação da ideia original de "Ville Spatial". Baseia-se em uma estrutura fácil de modificar, uma estrutura não necessariamente elevada ao nível do solo, mantendo essa opção aberta, caso desejado. - Yona Friedman
Friedman foi também um grande debatedor da cidade contemporânea e seus desafios. Acreditava firmemente que "é responsabilidade dos arquitetos projetar estruturas que possam ser adaptadas para a maior variedade de indivíduos e finalidades".
Com uma longa e prolífica carreira, Yona Friedman participou de diversos eventos de prestígio, como a Bienal de Veneza e a Bienal de Xangai, teve suas instalações e intervenções exibidas nas maiores instituições do mundo, como o Museu MAXXI de Roma, e lecionou em algumas universidades de maior referência, como o MIT, Princeton, Harvard e Columbia.